EREMITAS AUTÔNOMOS

 

O (a) eremita autônomo é uma pessoa que quer viver uma vida de oração constante e está cansado das futilidades do mundo, mas não encontra condições de se agregar a uma diocese, sob a batuta de um bispo.

                           

Se você está pensando em ser eremita, vai precisar, é claro, ter um meio de subsistência próprio e morar sozinho(a) e ter uma meta clara na cabeça.

Lembre-se de que nós precisamos de alimentação, vestuário, pagar conta de água, de luz, de gás, condomínio (se morar em apartamento) etc. Nós vamos precisar de dinheiro para várias coisas. Já tem como sustentar-se?

Pense bem no assunto, pois não é uma vida fácil. A solidão pode mexer com o âmago das pessoas. A falta de fidelidade pode levar a pessoa à depressão. Há muitos casos de pessoas solitárias que cometeram suicídios.

Diz o monge Thomas Merton, americano, já falecido, que “homem algum é uma ilha”. Não dá para você isolar-se completamente do mundo.

Só dará certo de ser eremita se você tiver vocação para a coisa. Não pode ser a consequência de uma revolta passageira, de um amor não correspondido, ou, pior ainda, o medo de constituir uma família.

Se for algo passageiro, você se satisfará fazendo um tempo de retiro ou tirando algumas horas por semana para fazer deserto.

O (a) eremita precisa ter alguém ou algumas pessoas para conversar, trocar ideias, pedir ajuda quando necessário. Eu, pessoalmente, aconselho a frequentar a paróquia a que pertence e mesmo fazer algum trabalho comunitário, como ajudar os pobres, ou visitar doentes, ou participar da equipe de liturgia. Eu desaconselho dar aulas de catequese, pois isso toma muita parte do seu tempo e dispersa muito sua atenção.

Siga uma regra. No nosso site temos um esboço de regra que pode lhe servir. Mude-a a seu gosto, mas conserve os elementos principais, como o tempo de oração e a penitência.

Sobretudo, não fique mais de um ano sem se confessar e comungue diariamente, se for possível. Se não for possível, comungue o mais frequentemente que possa e comungue espiritualmente todos os dias.

SEU ESPAÇO

- Escolha um(a) diretor espiritual.

-O mínimo possível de móveis e tralhas na casa.

-Não ocupe a casa com coisas desnecessárias, para lhe sobrar mais espaço.

-Viva uma vida a mais simples que puder, sem grandes gastos nem grandes projetos.

- Use roupas simples, sem chamar a atenção, sobretudo se você morar em apartamento ou condomínio.

-Prepare-se para receber algumas palavras agressivas ou ofensivas sobre o fato de você ter escolhido ser um (a) eremita. O (a) eremita autônomo(a) só é mimado(a) por Deus, diz a Irmã Gema de Minas.

- Se você mora retirado(a) da cidade e fica difícil participar da missa, encontre o jeito de fazer uma celebração da palavra com outra(s) pessoa(s), mas não deixe o domingo passar “em branco”. Se não encontrar ninguém faça a celebração sozinho(a) mesmo.

-Lembre-se de que, como autônomo(a), você não tem reconhecimento oficial na diocese e não deve participar de eventos para religiosos (as), pelo menos sem ser convidado(a). A vida de um(a) eremita autônomo é de viver no último lugar, como Cristo viveu. Sem honras nem bajulações.

- As vantagens de ser eremita autônomo e não diocesano são várias. A principal é a independência. Ninguém manda em você, você não precisa prestar contas a ninguém a não ser a Deus, se a regra não estiver dando certo melhore-a. Só não deixe de ter um(a) diretor(a) espiritual para orientá-lo (a) nas escolhas feitas. Essa independência o(a) deixará livre de preocupações desnecessárias.

- Cuide de sua saúde. Sobretudo, faça exercícios diários, como a caminhada. Gandhi, tão grande homem, dizia que a caminhada é o remédio para todos os males. Ser eremita não significa ficar preso a uma casa. Saia sempre que sentir necessidade, mas a caminhada, a meu ver, deveria ser diária.

Por: Eremitas de Jesus Misericordioso