A IMPORTÂNCIA DO DESERTO
“Jesus foi conduzido
pelo Espírito ao deserto” (Mt 4,1).
Na completa desolação
do deserto físico é possível: Ver as coisas claramente, sem as
distrações do mundo; Viver na simplicidade, valorizando apenas
as necessidades básicas para sobrevivência;
Discernir o que realmente importa para a
vida (1Jo 2,16), como, por exemplo, que um copo de água é mais importante que
um diamante.
Entretanto, como não
moramos no deserto, nós precisamos chegar às mesmas conclusões citadas acima,
mesmo vivendo em meio às distrações do mundo. E a Quaresma é o tempo ideal para
deixarmos o Espírito Santo nos conduzir ao nosso deserto espiritual e nos falar
ao coração9 (Os 2,16). Alguns, talvez, tenham dificuldade para ver a semelhança
entre o deserto espiritual e o deserto físico, mas ela existe, de fato, pois
tanto em um como em outro:
As tentações estão presentes, e podemos
reconhecê-las claramente;
A tudo o que parece ser importante para o
mundo, como bens matérias e prestígios, nada valem;
Tudo o que é desvalorizado pela sociedade
secular, como, por exemplo, a Palavra de Deus, a oração, o jejum e o silêncio
possuem um imenso valor espiritual;
Somente a proteção de Deus e o que Ele
nos provê são importantes; e as conseqüências de nossa desobediência a Suas
orientações nos serão fatais.
Na Sagrada Escritura, o
deserto tem grande significado, pois ele é tido como um lugar de amor (Jr 2,2),
para onde o Senhor nos atrai (Os 2,16) e derrama sobre nossos corações, através
do Espírito Santo, todo Seu amor (Rm 5,5). É no deserto que nós, como os
israelitas, somos alimentados apenas pelo maná do Senhor (Ex 16,35) e nos
regozijamos plenamente (Is 35,1). Por isso, é importante refletirmos sobre o
deserto; em especial sobre o nosso deserto espiritual, pois é nele que preparamos
“um caminho para o Senhor” (Is 40,3).
Artigo do Padre José do
Vale: O Sublime Encontro no Deserto
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