JESUS EXPERIMENTOU A SOLIDÃO
“Estou como o pelicano
do deserto, como pássaro solitário no telhado. E me deixareis sozinho: mas não
estou só, porque o Pai está comigo”.
(Salmo 102,7.8; João
16,32).
Ele era “como o pássaro
solitário no telhado”. Nesses termos é ilustrada uma das características da
personalidade de Nosso Senhor Jesus Cristo. Amava os homens e andava entre
eles, mas exatamente por causa de Sua perfeição, foi incompreendido e
rejeitado. Ainda outros versículos demonstram Sua solidão: “E cada um foi para
sua casa. Jesus, porém, foi para o Monte das Oliveiras” (João 7,53; 8,1). “O
Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça” (Lucas 9,58). Seu povo não O
reconheceu como o Messias prometido (João 1,10-11). Seus próprios discípulos O
compreendiam muito pouco.
Nessa solidão Jesus
Cristo vivia próximo de Seu Deus e Pai. “E aquele que me enviou está comigo. O
Pai não me tem deixado só porque eu faço sempre o que lhe agrada” (João 8,29).
Contudo, por causa de nossos pecados, os quais foram expiados, teve de ser
desamparado por Deus durante as três horas de total escuridão na dolorosa cruz.
Porém o Senhor Jesus permaneceu perfeito em Seu amor.
Por isso, se tivermos
de atravessar a dor e a solidão, pensemos no Senhor Jesus. Ele passou por
circunstâncias semelhantes e sabe o que sentirmos. Ele está vivo e nos ama.
Muitos cristãos têm experimentado isso. Quando estava na prisão, o apóstolo São
Paulo escreveu: “Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me
desampararam... Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me” (2 Timóteo 4,16-17).
Ao confiarmos nEle, passaremos a conhecê-Lo como o nosso Senhor e Salvador, e a
Deus como o nosso Pai que nos ama e jamais nos abandona.
A SOLIDÃO: UM CAMINHO
PARA DEUS
A solidão do idoso no
crepúsculo de sua vida, a do jovem em seu quarto, a solidão da dor, da
doença... Pode nos alcançar a qualquer momento. Por vezes é uma solidão causada
pela separação, por nos sentirmos abandonados, mas também é o sofrimento de
encarar a si mesmo, sem máscaras nem proteção. Isso faz parte da dura realidade
da vida.
Podemos estar rodeados
de colegas e amigos, e, ao mesmo tempo, sentir essa solidão, pois a necessidade
de amar e ser amando nem sempre estão satisfeita.
A solidão física pode
ser um deserto em nossa vida, mas também pode ser um caminho para Deus. O
jornalista francês Jean-Paul Kauffmann, seqüestrado e mantido cativo no Líbano
por três anos, escreveu: “Como Deus se manifesta? No silêncio, através da
solidão e da renúncia! É claro que não tenho a menor saudade do tempo em que
estive preso. Porém devemos admitir que a vida de uma pessoa livre conduz à
distração e dispersão da personalidade. Então se perde essa proximidade com Deus”.
Às vezes é o próprio
Deus que nos separa para estarmos a sós com Ele, para, desse modo, atrair,
nossa atenção. Não fujamos desses momentos que Ele deseja ter conosco, longe do
barulho, das agitações, das preocupações e de tantas ocupações.
A vida torna-se rica em
virtudes, profundamente espiritual, fecunda em obras, mística abissal e
escondida na graça do santo silêncio e da solidão.
Artigo do Padre José do
Vale: O Sublime Encontro no Deserto
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