A RIQUEZA DO SILÊNCIO

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“As coisas visíveis provém daquilo que não se vê” (Hb 11, 2b).

Recebemos as coisas mais, ricas, maravilhosas, belas e duradouras no silêncio que não se vê, mas que sente e vive em companhia celestial.

O silêncio vale mais do que todos às riquezas do mundo. De posse de toda fortuna da face de terra, pode-se perder a alma e a maior de todas as riquezas: “O céu de glória”.

Quanto vale o silêncio? Qual é o seu peso? Qual é o seu tamanho, cumprimento, largura, altitude, profundidade? Seu sentido é horizontal ou vertical? Onde ele começa e termina? Como é sua cor e o seu gosto?

Uma palavra responde tudo isso: “Mistério”. O silêncio é um mistério abissal. Não existe inteligência humana que possa desvendar tal mistério. O místico pode viver o mistério e dele receber visões, mas jamais a revelação do próprio mistério.

OS GRANDES MESTRES DO SILÊNCIO

Quem deseja viver a experiência do glorioso silêncio é necessário conhecer a vida dos grandes mestres contemplativos.
O princípio pedagógico dessa caminhada é viver essa realidade nos retiros espirituais, e é de suma importância um orientador espiritual.

Citamos alguns nomes para o início dessa JORNADA ESPLÊNDIDA: São José, patriarca da Sagrada Família; Maria, mãe do Salvador; Santo Antão, pai dos monges do deserto; São Basílio Magno, pai dos monges orientais; São João Maron, pai dos maronitas; São Bento, pai dos monges ocidentais; São Bruno, fundador dos cartuxos; São Bernardo de Claraval, abade cisterciense; Santo Tomás de Aquino, frade dominicano; Santa Gertrudes e Santa Matilde, místicas alemãs; Santa Teresa de Ávila e São João da Cruz, ambos reformadores carmelitas; São Serafim de Sarov, eremita russo; São Pio, o frade das chagas de Cristo; Santa Teresinha do Menino Jesus, religiosa carmelita; Marhe Robim, fundadora do Foyer de Charité; Dom Thomas Keating, OCSO, ex-abade trapista americano. De azul: são considerados os grandes santos da abissal espiritualidade do silêncio.

“Nós, portanto, rodeados de uma nuvem tão grande de testemunhas, desprendemo-nos de toda carga e do pecado que nos encurralas, corramos com constância a corrida que nos espera, com os olhos fixos naquele que iniciou e realizou a fé em JESUS. Recordai vossos guias, que vos transmitiram a palavra de Deus; observando o deslanche de sua vida, imitai sua fé” (Hb 12, 1.2; 13,7).

Devemos imitar a vida dos grandes heróis da fé, aqueles que viveram ao lado do bom Deus. (1 Cor 11,1).

CONCLUSÃO

O mundo vive a inflação e a usina hidrelétrica das palavras. A poluição sonora e o turbilhão da conversação causam doença para alma. O fechamento para o nobilíssimo silêncio é muito forte em nossa sociedade enferma. O barulho maléfico é um esquema que afasta o ser humano do silêncio espiritual e terapêutico e da plena comunhão com Deus. Com tanta zoada e imagem tem muita gente surda e sega.

O mundo vive no dilema parcial, virtual, superficial, fútil e infernal. O sistema faz o ser humano ser desconhecido, ter medo de si mesmo, ser raso, vazio e boçal.

Na graça do silêncio, o encontro é inevitável! A descoberta acontece. A surpresa da revelação interior é tremenda. A pessoa possa conhecer mais sobre si mesma. Progride na sabedoria e se aprofunda nas coisas valorosas da espiritualidade. Busca viver uma intensa comunhão com o bom Deus e com o seu semelhante.

Só no silêncio gloriosíssimo aprendemos de fato e de verdade escutar a Palavra libertadora do Criador. A voz suave e delicada do Espírito Santo faz iluminar o nosso espaço e a nossa alienação, infantilismo e mediocridade desaparecem. Na dimensão solidária do amor silencioso e da solidão deixamos de ser marionetes e fantoches do sistema mundano.

No silêncio abissal
Vivo o amor celestial.
Com pureza de coração
Vivo sem palavras falsas.
E nem pensamentos vãos.
Nesse mistério tenho
O Senhor em minha direção.



Pe. Inácio José do Vale
Professor de História da Igreja
Pregador de Retiros Espirituais
Mestre em Psicanálise Educacional
Especialistas em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com

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